- 24 de abril de 2020
E agora? Eu não entendo a língua dos bebês!
“E aqui está o meu segredo, que não pode ser mais simples, só se pode ver bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos” Pequeno Príncipe
Uma das primeiras formas de um bebê se comunicar com o mundo externo é através do choro, acredito ser um dos primeiros desafios que uma educadora/or enfrenta na Educação Infantil: decifrar o choro dos bebês. Choram quando se sentem ameaçados, emocionados, com fome, com sono entre outros motivos.
Mas porque será que este tema é tão relevante?
Hoje essa área de estudo é de extrema relevância porque cada vez mais crianças brasileiras, de diferentes camadas sociais, são levadas para creches e berçários, motivos pelos quais o papel da mulher na sociedade não é mais o mesmo que algumas décadas atrás, onde a mulher que na maior parte das vezes dispunha do seu tempo para ficar com seus filhos, hoje em dia estão retornando para sua carreira ao final da licença maternidade, outro motivo pelo acréscimo desta demanda, é o novo olhar perante o desenvolvimento dos bebês, a importância da qualidade dos cuidados e educação nos primeiros anos de vida em ambientes coletivos.
Por isso, cada vez mais as pesquisas sobre o bem-estar dos bebês têm ganhando cenário no mundo científico, para ajudar a preparar as escolas, cuidadores e educadores a receber e proporcionar ao pequeno um ambiente humanizado e acolhedor.
Quais serão as estratégias utilizadas para lidarem com os bebês sob seus cuidados? Porque choram? Como identificar e amenizar o desconforto para eles?
Não existe um roteiro fixo, o olhar sensível da educadora/or é fundamental para desvendar, pois cada bebê se comporta e se expressa de forma única, o mais comum quando se quer eliminar a causa do choro, é checar se a criança tem alguma necessidade primária (trocar fralda, alimentar, fazer dormir, identificar alguma dor), ou necessidades diversas (a despedida do pai e da mãe, o amigo/a pegou seu objeto, se sente desconfortável no ambiente, quer carinho, se sente inseguro/e até mesmo o estado emocional da sua educadora/or pode influenciar no choro, pois crianças são como uma esponja, conseguem absorver tudo em sua volta).
Uma pesquisa feita pela Interação em Psicologia da UNESP E USP, o choro por necessidades primárias, na percepção das educadoras/es, tende a decrescer com o aumento da idade e, ao contrário, o choro por necessidades diversas tende a aumentar. O grande ponto é dar todo o suporte e amenizar as causas do choro, a relação escola-família, educador-bebê é fundamental para isso e consequentemente proporciona à criança um ambiente confortável e seguro, ajudá-lo/a nesta fase de desenvolvimento tão importante é como ser uma flor de lótus; renascer diante a cada adversidade e o que flor para ser, florescerá, o segredo é permitir florescer.
Priscila Costacurta – Professora Berçário 1